Entrevista com Beatriz Ramos - CBN Grandes Lagos

SAMILO LOPES • 11 de outubro de 2025

Neste programa, publicado em 11 de outubro, conversamos com Beatriz Ramos, fundadora e presidente para a América Latina da L Founders of Loyalty, sobre o poder da fidelização no varejo, a simplicidade que encanta consumidores, os bastidores das campanhas de selos colecionáveis e o papel da liderança feminina nos negócios.

Entrevista Transcrita

Samilo Lopes: Muito bom dia para você que nos acompanha pelos 90.9 FM, CBN — rádio que toca notícias. Eu sou Samilo Lopes e vamos juntos, na próxima meia hora, falar de marketing, inovação e ações comerciais. Hoje recebo Beatriz Ramos, fundadora e presidente para a América Latina da [L Founders of Loyalty]. Beatriz, muito obrigado pela presença. Seja muito bem‑vinda.


Beatriz Ramos: Obrigada, Samilo. Um prazer estar com você. [Trecho ambíguo: menção a “CBN Professionals/Professional” como participação anterior].


Samilo Lopes: Esta entrevista fica disponível no site da CBN e no meu blog samilo.com.br. Também deixarei o link do episódio do CBN Professionals para quem quiser conhecer mais sobre a Beatriz e a [Founders].


Samilo Lopes: Beatriz, apresente‑se ao nosso público do interior paulista e fale um pouco da [Founders].


Beatriz Ramos: Sou mãe de dois filhos (13 e 10 anos), meus maiores orgulhos. Sou de Brasília — meu pai se mudou para lá no início da nova capital. Saí do Brasil aos 13 anos com bolsa para seguir o sonho de ser pianista e fiquei quase 20 anos fora. Aos 21 tive um acidente que tornou impossível continuar a carreira no piano. Entrei no lado de negócios da música e trabalhei na Sony Music em Nova York, Londres e Holanda. Foi quando conheci o mundo da fidelização por meio de uma campanha de figurinhas com artistas da Sony. Quando me convidaram para voltar ao Brasil e abrir o escritório da [Brandl/Brand Boy – empresa posteriormente adquirida e hoje integrada à [L Founders of Loyalty]] para trazer o conceito dos selinhos colecionáveis, aceitei. Estou há 14 anos de volta, muito feliz pelo que construímos: uma mecânica lúdica, prazerosa, que reconhece o cliente — a “febre dos selinhos”.


Samilo Lopes: O brasileiro é apaixonado por colecionáveis. Isso no varejo gera engajamento e fidelização enormes. Já voltamos ao tema, mas quero antes um gancho: como foi a transição de carreira, de pianista para executiva?


Beatriz Ramos: Uma transição que ninguém imagina nos seus maiores sonhos — foi a vida que trouxe. Eu amava tocar; é paixão que exige seis horas por dia no instrumento. O mais importante foi ter pessoas ao meu lado para enxergar o lado positivo de algo trágico. Recebi o livro “A Arte da Felicidade” (Dalai Lama) e devorei. Para mim, sempre há dois caminhos: o da vítima ou o de transformar o limão em limonada. Decidi unir a música ao business.


Beatriz Ramos (cont.): Morei em vários países, aprendi línguas, precisei me virar cedo. Sempre estudei economia junto com música [trecho ambíguo: “Juilliard/Columbia”]. Mandei um e‑mail na hora certa e entrei em um global traineeship na Sony. Em pouco tempo, passei de pianista a aprendiz executiva. A vida dá trabalho — aceitar isso é meio caminho andado. Fui moldando meu caminho para ser feliz, em vez de esperar que tudo caísse do céu.


Samilo Lopes: [Referência pessoal] Também sou budista e lembrei do livro “Um Coração Sem Medo” [trecho ambíguo: autor mencionado como “Tutimpa/Thupten Jinpa”]. A obra trata de adaptação e de tornar‑se “empregável” em novos contextos.


Beatriz Ramos: É um livro maravilhoso — recomendo a todos.


Samilo Lopes: Você começou na Sony nos EUA ou na Holanda?


Beatriz Ramos: Formei‑me e voltei para a Holanda para um mestrado em musicologia, enquanto decidia o segmento de atuação. O mundo acadêmico era quieto para alguém com espírito negociador. Em férias em Nova York, busquei um estágio e surgiu a oportunidade na Sony. O programa era rotativo: meses em Nova York, Londres e Ásia. Fiz duas rodadas em NY, depois Londres, onde fui efetivada e fiquei quase três anos, apoiando a região da Europa. Era a fase de declínio do CD físico; as gravadoras buscavam novos negócios (concertos, parcerias). Depois quis sair do head office para um escritório local: fui para Benelux liderar a linha digital (iTunes, YouTube, parcerias com artistas e marcas). Na Holanda conheci a empresa de selos colecionáveis que me convidou para abrir o negócio no Brasil.


Samilo Lopes: Como foi essa volta e a fundação/integração da [Founders]?


Beatriz Ramos: Era o mesmo grupo fundador [trecho ambíguo: nomes “Brandl/Brand Boy/Famies/Founders”]. Cheguei ao Brasil em um contexto de sorteios e programas de fidelidade ainda complexos: o consumidor precisava ligar para 0800, passar por etapas para resgatar. Meu mantra: não dá para pedir doutorado para entender fidelidade. A simplicidade do selo conquistou o público: em 16 semanas, o cliente coleciona para trocar por utensílios de alto valor agregado (facas, panelas etc.) com qualidade fora da curva, apenas concentrando compras no varejista. Sem depender de sorte, nem de esperar brinde chegar — ele retira na loja quando conquista.


Beatriz Ramos (cont.): E tem a brincadeira. Nas redes, o selinho é o “álbum de figurinha do adulto”, envolvendo também as crianças. Chamamos de “fricção significativa” (meaningful friction): colar selos, levar cartela, trocar com vizinhos e amigos — isso cria memória afetiva em uma era em que tudo passa rápido.


Samilo Lopes: Esse modelo parece simples na ponta, mas por trás é operação pesada.


Beatriz Ramos: Total. Nosso princípio é excelência operacional. Não fazemos campanha com falta de estoque. Se prometo 16 semanas, o cliente terá brinde até o último dia — mesmo quem só consegue um único item e troca na reta final. Ele mudou o comportamento por 4 meses; não posso penalizá‑lo. Fazer campanha bem no Brasil é antecipar problemas: preparação, alinhamento com clientes e expectativas, planos para canal vermelho em desembarque, gordura de prazo, entre outros. Nosso papel é facilitar para o varejista rodar algo complexo com menos atrito.


Samilo Lopes: Além de supermercadistas, quem mais?


Beatriz Ramos: Trabalhamos também com shoppings, farmácias e, globalmente, postos de gasolina. No Brasil, já atendemos redes como [trechos citados no áudio: Savenhago/Super Nosso/Bretas? – trecho ambíguo], Pão de Açúcar (campanhas nacionais como Jamie Oliver), Mundo Verde/Natural da Terra, Iguatemi, entre outros. [Trechos com nomes possíveis: Zeferino/Wortfru — marcados como ambíguos].


Samilo Lopes: Para encerrar, um ponto humano: liderança feminina. O que muda?


Beatriz Ramos: Tive sorte nas empresas pelas quais passei; sei que há desafios na sociedade. Quero ser admirada por ser boa executiva, não “executiva mulher”. As experiências de ser mãe e o multitasking ajudam na gestão de vários temas do negócio — equilibramos muitos pratinhos. Há diferenças entre homens e mulheres, inclusive biológicas; o papel é usar as vantagens de cada um, sem vitimização. Em minha equipe, busco apoiar futuras mães, compartilhando aprendizados para facilitar a jornada delas — e também dos pais. Amo ser mulher e executiva; sabemos lidar com salas difíceis. Não queria ter vindo ao mundo de outra forma.


Samilo Lopes: Beatriz, adorei o papo. Faltou tempo — fica o convite para voltar. Reforço as leituras: “A Arte da Felicidade” (Dalai Lama) e “Um Coração Sem Medo” [trecho ambíguo: autor]. Vou deixar todos os links (da convidada e da [Founders]) nas nossas publicações.


Beatriz Ramos: Obrigada, Samilo. Foi um prazer. Um abraço a todos.


Samilo Lopes: Esse foi o Bora Falar de Marketing deste sábado. Até o próximo programa.


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