Entrevista com Diogo Tadei - CBN Grandes Lagos

SAMILO LOPES • 2 de dezembro de 2025

Neste programa, exibido em 29 de novembro de 2025, conversamos com Diogo Tadei, fundador da Ilumina e especialista em cultura organizacional, sobre propósito, liderança e os desafios das novas gerações no ambiente de trabalho. Ele explicou como a trajetória dele, da publicidade ao comportamento humano, moldou a visão da Ilumina, cujo propósito é “tornar o belo visível” dentro das organizações.

Entrevista Transcrita


Samilo Lopes:

Muito bom dia para você que nos acompanha pelos 90,9 FM, CBN, rádio que toca notícia. Sabadão, dia 29 de novembro de 2025. Segue a lenda que estamos a 26º no centro de Rio Preto, 9h08 da manhã. Previsão de 37 hoje, 36, 37, amanhã 38º. Prepare o fim de semana porque vai arder, como sempre, mas segunda volta a chuva aí, pelo que eu andei fuçando aqui na internet, graças a Deus.


Eu sou o Samilo Lopes e esse é o Bora Falar de Marketing. Vamos juntos até as 9h30 com um convidado muito especial. Para você que nos acompanha pelo YouTube, procura lá @cbngrandeslagos que a gente está ao vivo. E, excepcionalmente, eu não estou de preto hoje, o que é raro de acontecer. E para ajudar, o Diogo Tadei, nosso convidado, amigo e irmão, também veio quase de branco. Azul claro hoje. Dá para distinguir só pelo cabelo: graças a Deus ele não é um cabeçudo que nem eu, careca.


Diogão, obrigado por aceitar o convite.


Diogo Tadei:

Imagina, Samilo. Um prazer estar aqui e poder contribuir com os ouvintes da CBN. Vamos junto nessa.


Samilo Lopes:

Muito bom. Ontem eu rodei uma propaganda antiga da Volkswagen, quando chegaram os Fuscas em Rio Preto. Eles falavam assim: “A conversão do Volkswagen é muito boa.” Locução antiga, muito legal.


Diogão, se apresenta aí para o pessoal.


Diogo Tadei:

Prazer, vamos nessa. Hoje eu estou aqui para contar um pouco da minha jornada e contribuir com essa visão de marketing — e mais do que marketing, com a importância dele na carreira das organizações e dos empresários. Antes do Ilumina, tem uma história grande. Eu sou publicitário, fiz Telecomunicações achando que teria muita comunicação, mas descobri que tinha muito mais matemática do que olhar para pessoas e mercado.


Foram uns quinze anos na publicidade, entre agências e produtoras de vídeo. Fiz pós em cinema e vídeo, área que eu amo, produção audiovisual. Depois fui para o MBA em Marketing, e aí você vai entendendo mais camadas dos estudos do comportamento humano. E é esse lugar do comportamento humano que me pega.


Com 33 anos eu olhei para a minha jornada e pensei: “Caraca, gostei de tudo isso, mas tem uma nova jornada nascendo dentro de mim.” Um olhar totalmente conectado com comunicação, mas voltado para as pessoas dentro das organizações. E faço uma transição.


A Ilumina nasce de um lugar genuíno de um menino que trabalhou nessas organizações, que foi colaborador desses times, e que tinha um sonho de melhorar esses ambientes — fazer deles bons lugares para trabalhar, sem esquecer dos resultados. Porque muitas vezes o empresário olha resultado só como lucro. Eu sempre olhei para o “como” chegar lá: como deixar organizações perenes, como atrair novas pessoas, como manter esse time, como fazer a marca ser percebida e gerar valor para dentro e fora.


E aí nasce a Ilumina, desse desejo de melhorar os ambientes e trazer resultados. Não só o lucro, mas claro que o lucro também, que é o óbvio de qualquer organização. O propósito maior da Ilumina é “tornar o belo visível”. Esse nome bonito traduz uma coisa simples: ajudar pessoas dentro da organização a perceberem as belezas e potências que existem nelas, e consequentemente ajudarem a empresa a externalizar isso, transbordar, melhorar o ambiente e o mundo ao redor.


Samilo Lopes:

Duas semanas atrás eu recebi a Patrícia Braile aqui, e falamos justamente sobre essa capacidade que as empresas têm de fazer o entorno florescer. Porque se você quer saber se uma empresa tem uma razão social genuína, olha o que acontece ao redor: é drenado ou semeado? Claro, lucro é necessário. Ninguém está sendo hipócrita aqui. Mas quando as relações ganha-ganha se estabelecem, o lucro não só é possível como é sustentável, e ele não fica só com você — ele é semeado ao redor também.


Diogo Tadei:

Concordo totalmente. Eu fui líder do Capitalismo Consciente junto com o Daniel, com a Dani da Móveis Província e a Patrícia. A Patrícia Braile é uma grande referência. A empresa dela tem muito lucro, muita percepção de valor de marca, e olha para propósito de forma verdadeira. Isso não nasceu de fora — nasceu dentro dela, do pai dela, da história da Braile Biomédica, que hoje é referência mundial.


A gente sempre dizia: o lucro é básico. O lucro é óbvio. É muito pequeno quando o empresário olha o lucro como fim. Ele é apenas a condição de sobrevivência. Assim como o ar é para a gente. Eu não acordo dizendo: “Vou respirar hoje.” Isso é o básico. Para a organização, lucro é isso.


É muito mais importante olhar para tantas outras coisas. Quando você coloca seu propósito de vida na empresa, você melhora, de maneira até “egoísta”, suas relações, sua condição. E dessa melhoria, você melhora o ambiente. Agora, falando de negócio, isso é estratégico. Você retém talento, vira uma empresa na qual as pessoas querem trabalhar, engaja o time, e time engajado cria inovação. Isso é resultado.


Samilo Lopes:

Vamos fazer uma pausa, mas eu já deixo um ponto para a gente retomar. Na volta, quero falar sobre como é o trabalho da Ilumina na prática, e como esses conceitos se conectam com os desafios das novas gerações, especialmente com a geração Z.


Samilo Lopes:

Estamos de volta com o Bora Falar de Marketing deste sábado, 29 de novembro. Agora 29º no centro de Rio Preto. Gente, em quinze minutos sobe 3 graus. Está mais emocionante que o coração do palmeirense hoje.


Diogo Tadei:

Nem me fala, Samilo, nem me fala.


Samilo Lopes:

O senhor é palmeirense. O Cléber, que está no DJ aqui, também é palmeirense. Eu, como são-paulino, prefiro me ocultar nesse momento, tenho motivos para não me manifestar. (risos)


Estou recebendo aqui o Diogo Tadei, da Ilumina, amigo e parceiro de várias campanhas e negócios. Falávamos sobre propósito, e eu deixei uma pergunta para você: como é esse trabalho da Ilumina e como ele se encaixa nos desafios das novas gerações, da geração Z, das mudanças de mentalidade sobre trabalho e negócios?


Diogo Tadei:

É uma pergunta muito boa. E não tem uma resposta única. É complexo. O que vejo pela experiência e pelos cases é que existe muita resistência dos empreendedores. Porque é novo. E não é só novo pela geração Z. Temos longevidade maior, várias gerações juntas, diversidade de orientações sexuais, de vivências. Isso está na sociedade e, portanto, no ambiente de trabalho.


Se somar isso ao avanço da tecnologia, às redes sociais, e agora à inteligência artificial, estamos num mundo muito volátil, rápido, de muita transição. O grande desafio para o empreendedor é: como lidar com tudo isso? Como engajar pessoas se aquilo que funcionava antes não funciona mais?


Ele tinha uma receita interna clara, e de repente ela não funciona mais. Então o trabalho da Ilumina é ampliar a visão da liderança. É como quando você liga pedindo ajuda e a pessoa pergunta: “Onde você está?”. Esse é o primeiro passo. A partir disso vêm mentoria, formação de liderança, acompanhamento, escuta do time para traduzir o que a organização está pedindo hoje. Aquilo que te trouxe até aqui não garante o teu futuro.


E quando olhamos para o novo, dá medo. E o medo faz a gente paralisar, fugir ou lutar. Muitas vezes o empresário está lutando contra os próprios colaboradores. “Não acho colaborador bom”, “ninguém quer trabalhar”. Mas isso muitas vezes é processo interno, resistência. Ampliar consciência ajuda a tomar decisões claras.


Falamos de cultura organizacional, do que precisa ajustar, do time de liderança, do clima. Isso gera mudanças, mas mantendo a essência. O medo é “vou perder quem sou”. Mas você não perde. Você amplia. Conecta o que vinha antes com o que precisa agora.


Samilo Lopes:

Eu fico pensando nisso tudo. A nossa geração — 40 e poucos — e a anterior sempre foram gerações que “matavam” a geração anterior. Entre aspas, claro. Era: “Você ficou velho, deixa que a gente resolve.” A gente foi preparado pela geração anterior. Funcionou entre a nossa geração.


Quando olhamos para uma geração mais nova, parece que o mundo não faz sentido. Mas se perguntar para nossos pais como foi lidar com a gente, é parecido. Meu pai era contabilista, fazia conta na maquininha, usava máquina de escrever. Aí chegam os moleques com computador, imagem, roteiro, edição. Não tem paralelo? Tem.


Outra coisa: vivíamos momentos de desemprego alto. A gente era grato pela vaga. Hoje o desemprego não é tão alto, e eles não precisam ser gratos pela vaga que a empresa gera. Isso é difícil de entender.


Diogo Tadei:

Total. É difícil, mas é real. A relação de trabalho hoje é ganha-ganha-ganha. Não é mais “estou te dando uma oportunidade”. Como você bem disse: você não contrata mais — você vende a vaga. E para vender a vaga você precisa vender sua empresa.


Antes as organizações eram fechadas. Nada saía. Hoje qualquer colaborador posta algo e expõe. Precisamos cuidar de verdade do ambiente. É troca. Relações são troca. Afetivas, de amizade, familiares, de trabalho.


E olhando para nossos pais: era influência da Revolução Industrial, função única, como no filme “Tempos Modernos”. Hoje precisamos entender várias coisas ao mesmo tempo. O mundo é complexo. Antes a resposta era única. Era “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Isso mudou.


Samilo Lopes:

E esse é o trabalho da Ilumina: mentoria, consultoria, formação de líderes, tornar o belo visível?


Diogo Tadei:

Sim. É ajudar o empresário comprometido a perceber que não precisa perder a essência. Ele precisa conectar quem é com novas formas de engajar o time, gerar resultados e criar melhoria contínua. Uma gestão menos centralizadora.


Quando ele atravessa a resistência inicial, com mentoria, consultoria e formação, tudo fica mais leve. Ele percebe que o time traz ideias, resolve coisas, inova. Antes ele precisava dar todas as respostas. Com liderança engajada, o time apoia e o empresário fica mais leve.


Samilo Lopes:

Muito bacana. Pena que o tempo acabou. Recebi até um sinal de truco do Cléber aqui (risos). Esse foi o Bora Falar de Marketing de hoje. O conteúdo fica disponível no YouTube da CBN, no meu blog e no site da rádio.


Diogo, obrigado pela presença.


Diogo Tadei:

Eu que agradeço. Minhas redes: @diogotad para quem quiser acompanhar um pouco do trabalho. Obrigado pelo convite e parabéns à CBN.


Samilo Lopes:

Obrigado, pessoal! Até semana que vem. Um grande abraço!

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